sábado, 15 de novembro de 2014

Cronica: Inclusão?

Vendo arquivos antigos encontrei essa cronica escrita em 2007, e gostaria de compartilhar com vocês...

O assunto abordado é extremamente pertinente ao momento que vivenciamos, já que aborda o tema inclusão escolar sob um olhar crítico.

Algumas coisas mudaram, não temos mais as "salas especiais" dentro das escolas regulares, mas a inclusão que está sendo proporcionada está realmente eficiente?


Inclusão?

Tomei um susto ao procurar creches para atender crianças especiais, em uma delas a coordenadora simplesmente me falou que a professora tem várias crianças para cuidar e não pode dar uma atenção especial, mas sendo da vontade da mãe, a criança pode ficar na enfermaria, fui então conhecer, me choquei! Uma salinha onde estavam espremidos um berço de ferro, uma mesa, uma cadeira, e um armário pequeno, pensei onde está a inclusão?
A prática de classificar e categorizar crianças, baseado no que essas crianças NÃO sabem ou NÃO podem fazer somente reforça fracasso e perpetua a visão de que o problema está no individuo e não nas metodologias educacionais, currículos e organização escolar.
Educar indivíduos em salas de educação especial separadas significa nega-lhes o acesso a formas ricas e estimulantes de socialização e aprendizagem que acontecem na sala de aula regular devido à diversidade que se tem nela.
“Tchau”, dizia a menina, sorrindo. Todos pensavam que era uma manifestação atípica causada pela síndrome de down. E lá iam professores e coordenadores tentar resgatar a jovem. O problema não estava na jovem, mas sim no jeito da professora, o ensino não fazia sentido para classe, a didática era mecânica e não cativava, só que a maioria dos alunos, por comodidade fingia que estava tudo bem.
Há cerca de 110 mil alunos com alguma deficiência estudando em escolas regulares, segundo o INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais). O censo mostra que a inclusão vem ganhando espaço - desde 1998, aumentou 135% -, mas ainda é minoria. Cerca de 340 mil crianças com deficiências - mental é a mais comum, seguida da auditiva, da visual e da física - estão separadas da sociedade.
Não podemos criar currículos e programas educacionais que somente favorecem uma parcela privilegiada da sociedade, seja em termos econômicos ou em termos de habilidades físicas e cognitivas. Precisamos ter currículos e programa que proporcionem uma educação de qualidade para todos. Aos educadores, devem ser dados os instrumentos necessários para que eles possam ver a todos os alunos, incluindo alunos com deficiência, com um potencial ilimitado de aprender.


Fica a reflexão...

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