segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Ser mãe é padecer no paraíso, será?

A poucos dias de um momento tão importante para a vida do Arthur, que vai mudar muita coisa para ele, que vai marcar ele fisicamente e mentalmente, as noites demoram mais para passar, algumas mães sabem como é, mesmo com o Arthur com seis anos, ainda acordo e fico olhando ele dormir no meio da madrugada, ou quando ele está dormindo por muito tempo direto sem me chamar para virá-lo, eu fico observando para ver se ele está respirando!

As pessoas costumam perguntar como eu faço, que elas não aguentariam, que é muito difícil! Elas só não percebem que o grande problema não é a deficiência do Arthur, e sim a deficiência de humanidade das pessoas, o Arthur é alegre, espontâneo, carinhoso, dedicado, preocupado em não magoar ninguém, e esta sociedade hipócrita que prega a inclusão, tenta matar essas qualidade, colocando sempre obstáculos para uma vida razoavelmente independente!

E quando a mãe do Arthur não estiver mais aqui? Ninguém vive para sempre, e eu não sou eterna também, e a minha maior angustia é não saber como ele vai ficar! Eu tiro forças do útero para levantar, levar e fazer tudo por ele, mas outras pessoas não fazem isso, pelo contrario, pessoas que dependem de auxiliam são vistos como peso social, e não como seres humanos esplêndidos que contribuem em muito, mesmo sem ser valorizados.

O amor que sinto pelo Arthur passa as barreiras do amor de mãe para filho, é um amor de coexistência, difícil de explicar em palavras, ou atitudes, tentar educar sem ser dura demais, mas sabendo que o mundo é duro, e que preciso cria-lo o mais separado do cordão umbilical possível! O fato de ele precisar ter a mãe por perto, não significa que ele vai fazer o que eu quero, ele precisa ter autonomia, e quando se precisa estar tão perto é necessário tomar cuidado para não ultrapassar as barreiras do bom senso materno!

A nossa vida não é fácil, mas as dificuldades não são da deficiência física, e sim da deficiência humano de ver o outro ser humano como igual mesmos com todas as diferenças, o fato de eu precisar ficar em casa para cuidar dele, não me entedia tanto como as pessoas pensam, pelo contrario, nós brincamos muito, conversamos, passeamos (mesmos com todas as barreiras e dificuldades que encontramos na rua), vivemos em sua plenitude!

Ser mãe do Arthur, em nenhum momento foi padecer, foi só vida e vida em abundancia, Deus tem sido muito bom conosco, já que ele nos deu um para o outro! E as dificuldades, principalmente as financeiras, vão ser superadas, já que no momento essas dificuldades são as que tem pesado bastante, aparelhos ortopédicos caros, falta de uma casa com espaço apropriado para ele, de um carro, tudo isso faz uma falta quando a prioridade é a qualidade de vida!

Mas sei que tudo isso faz fazer dele um homem absoluto, porque o que realmente importa em um homem não é a força física, mas sim o caráter, a inteligência, a humildade e a capacidade de se preocupar com o outro, mesmo tendo problemas! E isso ele tem, mesmo com pouca idade!


Arthur eu amooooooo ser sua mãe!


Um comentário:

  1. Que bom seria se todas as mães tivessem esse pensamento ser mãe deve ser maravilhoso ainda mais de uma pessoa que tem tanto pra nos ensinar como este príncipe!

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